Introdução
Portugal no sistema mundo
“A única constante na História é a mudança.” Durante a maior parte do século XX, os estudantes aprenderam história mundial e com ela tiveram que estudar as vertentes da expansão da civilização ocidental e o domínio económico e político do Ocidente. O principal desígnio deste ponto é o problematizar, num quadro interdisciplinar e comparado, o papel de Portugal no mundo, pensando o processo genésico da globalização e questionando a suposta ascensão do Ocidente, mormente desde 1500 até Bretton Woods, pela análise das causas e dos processos históricos que proporcionaram o reforço do poder dos Estados ocidentais, tanto do ponto de vista histórico como a partir do presente. Deste modo, propomo-nos apresentar as novas correntes de investigação sobre o papel de Portugal e do Ocidente na atual História Global. No processo de abertura das suas fronteiras e da afirmação da sua posição internacional, o terceiro ponto pretende analisar a forma como Portugal, a partir das décadas de 1970 e 1980, orientou a sua política externa. Assumindo um papel de relevo nas organizações internacionais em que participa, sobretudo ao nível político e cultural, destacamos a sua contribuição no quadro das relações euro-latino-americanas e ibero-americanas.
Síntese Programática:
1. História dos Impérios e História Global: dimensão comparada
1.1 Configurações e trajetórias económicas, políticas e culturais
1.2 Construções Lusófonas: desafios e contundências
2.O conceito de ‘periferia’ e de ‘fronteira’ aplicado à posição de Portugal.
2.1. A construção de uma ‘identidade de fronteira’, desde a fundação de Portugal até à era pós-colonial.
2.2. O possível papel de Portugal nos processos de globalização e nas relações internacionais.
3. Portugal no sistema internacional: relações políticas e culturais
3.1. No espaço lusófono
3.2. No espaço ibero-americano
3.3. No espaço europeu
4. A globalização mediática de Portugal
4.1 Desporto: as lágrimas de Eusébio e as táticas de Mourinho
4.2 Espetáculo: a voz de Amália
4.3 Ciência: o cérebro de António Damásio
4.4 Cultura: as palavras de Saramago
4.5 Política: os palcos de Durão Barroso e de António Guterres
Bibliografia:
Capítulo 1.
Bethencourt, Francisco e Curto, Diogo Ramada (2010), A Expansão Marítima Portuguesa (1400-1800), Lisboa: Edições 70.
Bondoso, António (2010), Lusofonia e CPLP. Desafios na Globalização, Lisboa: Edições Esgotadas.
Curto, Diogo Ramada (2016), Estudos sobre Globalização, Lisboa: Edições 70.
Goldstone, Jack (2010), História Global da Ascensão do Ocidente 1500-1850, Lisboa: Edições 70.
Rodrigues, Jorge Nascimento e Devezas, Tessaleno (2007), Portugal. O Pioneiro da Globalização, Famalicão: Centro Atlântico.
Capítulo 2.
Campelo, Álvaro (2001). “A antropologia e o discurso político. O antropólogo e a sua intervenção na sociedade”, Antropológicas 5, 5: 207 – 237.
Campelo, Álvaro (1999). “Os Refúgios da Identidade.”, In AAVV. Pós-colonialismo e Identidade, Porto: Edições Universidade Fernando Pessoa.
Capítulo 3.
Leite, Isabel Costa (2011). Trajectórias: Portugal, União Europeia e América Latina, Cadernos de Estudos Latino-Americanos, n.º 9, NELA, Edições Universidade Fernando Pessoa.
Leite, Isabel Costa (2012). “Direitos fundamentais e identidade: os cidadãos latino-americanos na União Europeia”, Anuario Americanista Europeu, 9, pp. 55 – 68.
Telo, António José (1999). A revolução e a posição de Portugal no mundo. In: Fernando Rosas (coord. científica). Portugal e a transição para a democracia:1974-1976. Fundação Mário Soares e I.H.C.-FCSH (org.), Lisboa:Edições Colibri, pp. 275-315.
Capítulo 4.
Vaz-Pinto, Raquel (2016). Os portugueses e o Mundo. Lisboa: Fundação Francisco Manuel dos Santos.